sábado, 3 de agosto de 2013

Dicas de Viagem: Ilha de Páscoa

Viagem de 5 dias e 4 noites realizada em Junho de 2013, durante o Outono no hemisfério sul.

Sobre o Destino

Antes de mais nada, é preciso falar brevemente sobre a ilha, também conhecida como Rapa Nui, que significa ilha grande. No passado era chamada de Te pito o te henua, o umbigo da Terra.

A ilha pertence ao Chile e está localizada no meio do oceano Pacífico, entre a América do Sul e a Oceania.

É lá que você vai encontrar aquelas estátuas de pedra gigantes chamadas moais. A teoria mais aceita hoje em dia para os moais é que eles foram talhados na própria pedra vulcânica por habitantes polinésios da ilha, entre os séculos XII e XVII, e que representam os líderes Rapa Nui mortos, assim eles poderiam manter o maná protegendo seus descendentes.

Um fato curioso é que a grande maioria dos moais estão voltados para o interior da ilha, reforçando essa teoria que eles estariam olhando para sua tribo.

A ilha tem 7 milhas de largura por 14 milhas de comprimento e é de formação vulcânica.

A população de Rapa Nui gira em torno de 5000 habitantes, com flutuação alta de turistas. A formação da etnia é uma mistura de polinésios com chilenos.

Quando ir? O verão inteiro é uma época excelente para ir, mas no fim dele a ilha estará cheia de atividades.
Fonte: Google Maps

Visto

Brasileiros não precisam de um visto de turismo por até 3 meses de estadia para visitar o Chile, basta apenas apresentar a carteira de identidade. Se você não é brasileiro, verifique a necessidade de visto através dessa lista.

Como Chegar

O vôo foi comprado pela Kiwi e operado pela LAN, saindo de Santiago no dia 9 de Junho pela manhã e chegando à Ilha de Páscoa no mesmo dia. O vôo é de 5 horas e a diferença de fuso para Santiago é de 2 horas.

A chegada no aeroporto Mataveri é festiva. Funcionários dos hotéis da ilha esperam seus hóspedes com colares bem coloridos, que são postos nos pescoços dos turistas. Fique atento aos stands dentro da sala de bagagem ou fora do aeroporto.

A maior parte da ilha é considerada do Parque Nacional Rapa Nui. Para visitar dois lugares específicos, o Orongo e o Rano Raraku, é necessário ter um bilhete que comprove o pagamento da taxa de acesso ao parque.

Na entrada desses lugares existem guarda-parques que carimbam o bilhete. O acesso é controlado por causa da fragilidade desses sítios arqueológicos. O pagamento pode ser em dólares e no aeroporto essa taxa é mais barata.
Encontre seu guia, pegue o seu colar e siga de van para o hotel ou albergue.

Faça rapidamente sua pesquisa e reserva de voos por aqui:


Onde Ficar

A hospedagem dessa viagem foi no albergue Kona Tau, filiado ao Hostelling International.

No trajeto entre o aeroporto e o hostel o guia faz um rápido city tour pelo povoado, indicando pelas ruas estreitas os bancos (Estado e Santander), farmácias (Cruz Verde), restaurantes, mercados, igreja, escola de mergulho, casa de apresentação de dança típica, locadoras de carro e bikes, centros de artesanato, entre outros.

Nesse rápido passeio já é possível ver alguns moais e o mar.
O hostel é de estrutura simples, com vários quartos duplos, triplos e quádruplos. A cozinha é pequena, mas suficiente se você está sozinho nela. A única geladeira disponível fica bem lotada com garrafas de vinho e cerveja disputando espaço com comida.

Uma coisa é inegável: o dono do hostel, um chileno muito bacana chamado Diego, é uma pessoa muito solícita, fornecendo desde informações até equipamentos para os passeios, como cooler ou lanterna.

Os quartos são limpos e com banheiros privados. Os chuveiros têm água quente.

Um aviso importante lembra aos hóspedes que a fonte de água doce da ilha é limitada e, portanto, é necessário usar com moderação tanto o chuveiro como descargas e torneiras.

Há um armário onde é possível colocar suas coisas e trancar com cadeado, caso necessário.

O café da manhã é suficiente: com frutas, suco, café, pão e geléia/manteiga. A área de convivência tem várias mesas e cadeiras, além de uma mesa de ping-pong.

Não lembro se existia um bar para venda de bebidas no hostel. O Diego tem um ukelele, uma espécie de violão de quatro cordas que faz um som bem agudo e alegre e que é base para a maioria das músicas que tocam nas rádios da ilha.

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Primeiro Dia

Após o passeio pelo povoado de carro e acomodação no hostel, faça uma caminhada pelas redondezas. É ótimo para fazer um reconhecimento da vizinhança e ao mesmo tempo já ir pesquisando lugares para comer, alugar bicicleta ou carro e fazer câmbio.

Não é necessário levar pesos desde Santiago, o câmbio na ilha é praticamente o mesmo do continente. Além dos dois bancos, é possível trocar moeda no único posto de gasolina da ilha, próximo ao aeroporto.
Durante o passeio, você pode ir até o cais de Hanga Roa, onde se encontram dois moais numa calçada feita de tiras de madeira toda envernizada, sentir como a temperatura do oceano pacífico naquela região é agradável, passar no posto de correios e já marcar seu passaporte com dois carimbos da ilha (não é pago, mas um valor simbólico voluntário é aceitável).

Os carimbos vêm com o nome em castelhano da ilha e com a imagem de moais. Em seguida, já parta para o ahu mais próximo do povoado: o ahu Tahai.

Ahu é uma espécie de altar Rapa Nui. Além dos moais, é possível ver algumas pedras com inscrições antigas chamadas de petróglifos. Essa região é perfeita para ver o pôr do sol.
Em frente ao ahu está o cemitério Tahai, de muro baixo, que à noite é possível perceber uma espécie de luzes de jardim em cada uma das sepulturas.

Ainda na mesma área, mas caminhando para o outro lado, em direção ao vulcão Rano Kau, você pode passar pela frente da base da Armada de Chile na ilha, por um cais com lanchas mais modernas que o cais de Hanga Roa e ver a luz do sol que já se foi por entre as nuvens, dando um belo colorido ao fim da tarde, que se encerra por volta das 19 horas.

Ao passar pela frente do hotel Hangaroa, um dos melhores da ilha, é possível ver na calçada a sacada de energia limpa que eles tiveram com os postes de iluminação: cada poste é dotado de um painel de captação de luz solar e uma hélice!
Um fato interessante: pelas ruas do povoado são notadas placas escritas em castelhano informando que o povo Rapa Nui não reconhece a soberania do Chile sobre a ilha.

A história é longa, mas em suma o que ocorreu é que quando os chilenos propuseram um acordo com os líderes nativos duas cartas foram escritas: uma em Rapa Nui e outra em castelhano. A escrita em Rapa Nui mencionava que o Chile ia apenas dar suporte ao povo da ilha, mas que a soberania ainda seria dos ilhéus, e a escrita em castelhano informava que o povo Rapa Nui reconhecia a soberania do Chile.

No fim do dia aproveite para sair e comer algo em um dos inúmeros restaurantes do povoado.

Segundo Dia

Aproveite para acordar cedo, já que a noite anterior foi só descanso e vá fazer a trilha para Rano Kau e Orongo.
A trilha é super leve e o visual é deslumbrante. Ver o sol nascendo e seu efeito alaranjado na vegetação ao redor do vulcão valem muito a pena.

Saindo do hostel, siga em direção ao posto de gasolina e, após o posto, vire a segunda rua à esquerda e siga em frente até achar uma placa informando Sendero a Orongo.

A partir daí é só seguir o caminho no chão e acompanhar o restante das placas ao longo do caminho.
Por causa do orvalho é possível que o trajeto esteja um pouco escorregadio. Não será difícil encontrar um cajado no chão para dar suporte na caminhada.

O conselho é sempre parar para olhar para trás durante a subida para ver Hanga Roa de cima e ver o sol nascendo por trás das montanhas.

Durante a maior parte do percurso você estará rodeado de flores amarelas que tomam conta da paisagem.

Chegando ao cume do vulcão, logo de frente você vai ver o mirador Rano Kau, que permite observar o que seria a cratera dele, hoje cheia de poços de água e vegetação.

Quanto mais o sol estiver perpendicular à Terra melhor para ver o vulcão, pois a iluminação fica plena. Portanto, sugiro deixar para ficar apreciando depois que passar por Orongo.

Para chegar a Orongo é necessário seguir pela estrada asfaltado a sua direita, olhando para o Rano Kau. Em pouco mais de cinco minutos de caminhada é possível chegar lá.

Caso o portão principal esteja fechado, olhe para a esquerda e perceba que existe uma catraca livre e será por lá o seu acesso.
Orongo é um vilarejo cerimonial onde se reuniam os chefes dos clãs para buscar nas três ilhotas chamadas Motu Nui, Motu Iti e Motu Kau Kau os ovos de um pássaro migratório chamado manutara, que colocava seus ovos na maior ilhota (Motu Nui) em setembro, durante o início da primavera.

O que encontrasse o ovo dessa ave e o levasse primeiro de volta para Orongo era nomeado homem pássaro (Tangata Manu) por um ano na ilha. Em Orongo existem várias habitações semelhantes a covas e petróglifos com representação da divindade suprema chamada de Make-Make.

Essa região da ilha só era habitada durante a época dessa competição. Ainda em Orongo, aproveite para tirar fotos das casas Rapa Nui, dos petróglifos, das ilhotas e da vista do Rano Kau. Há uma recepção na entrada do sítio, que após seu passeio já deve estar aberto e conta um pouco da história do lugar.
Saindo de Orongo, passe novamente pelo mirador do Rano Kau, aproveitando que o sol já deve estar mais forte, admire a bela vista desse vulcão tão cheio de história. Volte pela mesma trilha para o povoado ou pegue uma carona com algum grupo que foi de carro.

Chegando lá, volte para a avenida principal e vá alugar uma bike na Insular Rent a Car. Procure Dominique, uma simpática chilena, que vai com muita paciência e simpatia atender você. Uma dica: peça desconto tanto no aluguel da bike como no aluguel do 4x4 no dia seguinte. Se quiser já faça um pacote. O desconto costuma ser de 10% a 15%.

Rapidamente você já pega sua bike e já pode dar uma volta pela costa oeste da ilha.

Antes disso, passe no Orca Diving Center, no cais de Hanga Roa, e já agende um mergulho para o mesmo dia, às 14h. Eles saem diariamente três vezes: umas às 9h, uma às 11h e uma às 14h. A saída às 11h normalmente é para primeiro mergulho, enquanto que os outros horários é para mergulhadores credenciados. Também peça desconto que eles dão em torno de 15%.

Antes do mergulho um trecho rápido e fácil de fazer é para visitar a caverna Te Pahu, que fica a alguns minutos de Hanga Roa. Certifique-se que você tem uma lanterna (ou duas) em mãos.

Após a caverna Te Pahu, você pode ir até uma caverna com um visual bem mais legal chamada Dos Ventanas. Ver o oceano de lá é uma experiência fantástica. O caminho até lá já vale a pena!
Calcule o tempo de ida para que você esteja a tempo no centro de mergulho.

O instrutor, que não me lembro o nome agora, é muito experiente e passa muita segurança.

Como primeiro mergulho na ilha é recomendado os arrecifes da baía de Hanga Roa. Você vai encontrar arrecifes, uma quantidade de vida impressionante, pois costumam dizer que a fauna de Páscoa é pobre, e um moai!!! O mergulho é fácil e não dura mais que uma hora.

Dois outros mergulhos não devem deixar de ser praticados: o da caverna e o da plataforma, próximo a Orongo. Mas para esses dois mergulhos é preciso que o mar esteja tranquilo ou que o mergulhador tenha um pouco mais de experiência, caso contrário o instrutor não o levará.
Como o mergulho dura apenas uma hora e o sol se põe em torno das 19 horas, ainda dá para pegar a bike e ir até o Puna Kau, fábrica de chapéus dos moais, e o ahu Akivi, um altar com sete moais, para ver o pôr do sol. Depois de um dia tão cansativo, volte pedalando para o hostel e aproveite a noite para descansar as pernas e a mente, tomando um mix de cervejas que os mercados locais oferecem.

Antes de dormir, peça ao Diego uma lanterna de cabeça, pois será necessário para o dia seguinte. Além disso, combine para ele preparar seu café da manhã um pouco mais cedo.

Terceiro Dia

Dia de levantar cedo, antes mesmo do sol nascer, porque o grande propósito é ver ele nascendo por trás do ahu Tongariki! O tempo estimado é de uma hora e trinta minutos para uma pedalada leve, partindo de Hanga Roa.

Então levantar umas 5h30 para tomar seu café, fazer um alongamento e cair na estrada.
Não esqueça da lanterna e do selim de gel.

Explore as marchas da bicicleta, pois o percurso é longo para quem não está acostumado e existem vários trechos de subida. A ida tem uma descida longa mais para o lado da costa. A volta você tem que subir tudo.

No meio do caminho desligue a lanterna e curta o visual do céu! É colorido!!!

Durante o trajeto você vai observar carros parados na beira da costa, além de vários outros carros passando por você pela estrada com o seu mesmo objetivo.

Com o dia já clareando e ainda com estrelas no céu, é possível começar a ver a beleza natural dessa região da ilha.
Chegando na entrada do ahu Tongariki, encoste a bicicleta e vá curtir o visual do nascer do sol. Esse ahu é o que contem mais moais reunidos na ilha. O mar batendo nas pedras por trás do ahu faz um efeito muito bonito.

Dali das pedras também é possível tirar fotos fantásticas do ahu com o Rano Raraku ao fundo.
Na sequência pegue a bike e suba o Rano Raraku. Dá aproximadamente 1km. Estacione próximo ao mercado de artesanatos, fora do parque.

Se chegar muito cedo, não precisa esperar abrir o parque, assim como Orongo, pois na volta você pode carimbar sua entrada.
O Rano Raraku é chamado de fábrica de moais, pois era dali que o povo Rapa Nui esculpia na própria montanha esses famosos gigantescos.

É bem curioso ver vários deles já com forma do rosto e do corpo, ainda na rocha de origem vulcânica.
Ali de cima o visual é fantástico! É possível ver o ahu Tongariki com o oceano ao fundo.

Contornando o Rano Raraku, pelo lado oposto ao da fábrica de moais, você vai chegar ao centro desse vulcão de porte menor da ilha. Existe um lago bem bonito em sua cratera e ao redor cresce abundantemente uma vegetação chamada de totora, que é base para vários artesanatos e também servia como uma espécie de canoa, para a disputa do hombre-pájaro.

Terminando o passeio, vá até ao mercado de artesanatos tentar achar algum mini moai e aproveite para comer uma empanada e tomar uma cerveja. Os artesanatos aqui têm o mesmo preço de Hanga Roa.
Voltando à estrada, hora de pedalar mais alguns minutos em direção ao norte da ilha e chegar à pedra Te Pito Henua, também conhecida como umbigo do mundo.

Sente-se em uma das quatro pedras ao redor, coloque as duas mãos na pedra, encoste a testa na pedra e faça um pedido. A pedra é magnética e se acredita que um dos reis Rapa Nui a levou até ali e que através dela é possível enviar energia positiva para qualquer lugar.

Um pouco mais à frente você chega à praia de Ovahe, uma praia de formação vulcânica que é simplesmente linda! Seria um lugar perfeito para a prática de snorkel, caso não fosse proibida para banho, por causa de seu crematório cerimonial.


Nesse dia, apenas dê uma curtida rápida em Ovahe e invista o resto do tempo para descansar e curtir Anakena, que fica a alguns minutos dali. No caminho, haverá uma bifurcação. Escolha a rota da esquerda, pois é menos íngreme e te levará às barracas da praia e mais próximo ao ahu que há lá.
Chegando em Anakena, fique logo na barraca mais próxima do estacionamento e procure por Karolina Rapu, uma simpática ilhéu que vai atender você com um sorriso no rosto o tempo inteiro.

Peça uma empanada de atún y cebolla e a deliciosa cerveja haitiana Hinano Tahiti! É um ótimo momento para trocar experiências com outros turistas, além de poder conversar também com a Karolina, que pode te dar algumas dicas.

Em Anakena, existem dois ahus: um com um único moai chamado de Ature e outro com sete moais chamado de Nao-Nao. Lembre-se de respeitar esses altares. Há guarda-parques por toda a ilha.

Anakena é uma das únicas praias, senão a única, com cara de praia na ilha! Aproveite para dar um mergulho e curtir o Pacífico.

Depois de um merecido e prolongado descanso é hora de pegar a bicicleta e voltar pedalando para Hanga Roa.

Nessa hora o ritmo será mais lento, o sol estará mais forte, mas você vai aproveitar para curtir mais a paisagem. A sugestão é voltar pelo meio da ilha, ao invés da costa, que é mais íngreme.

À noite, jantar em algum restaurante do povoado, de preferência na beira-mar, tomando um bom e barato vinho chileno.

Antes de voltar ao hotel, passe num dos mercados para comprar bebidas e alguns lanches para o dia seguinte.

Chegando no hostel peça a cooler emprestada ao Diego.

Quarto Dia

Se o terceiro dia foi dia de cansar, o quarto dia é dia de descansar.

Acorde cedo e vá até a Insular Rent a Car conversar com a Dominique. Alugue um 4x4 e tire o dia para dar uma volta na ilha toda. Não esqueça de pedir o desconto!

Abasteça o carro com a cooler e os lanches, compre gelo no mercado e caia na estrada. Ir dirigindo pela costa leste da ilha curtindo a paisagem e parando aos poucos é bem agradável.

Com um mapa na mão é possível identificar pontos de maior interesse. Há moais caídos, piscinas naturais, vistas deslumbrantes...

O destino final não poderia deixar de ser Ovahe e Anakena. Porém, nesse dia, curta mais Ovahe. Suba a colina à esquerda da praia e invista um tempo nas pedras próximas ao mar e se deslumbre com a beleza natural desse lugar. O barulho das ondas batendo nas pedras, o vento fresco soprando no rosto e o azul do mar por todos os lados. Facilmente você vai esquecer do tempo com a paz que vai invadir sua mente e seu corpo.
O blog considerou esse lugar o mais energético de Rapa Nui.

Depois desse momento de reflexão nas pedras, suba a colina que estará atrás de você e veja do alto o verde descampado se misturando com o azul do céu e do mar.

Cuidado apenas com o cascalho, que vai fazer facilmente você escorregar.
Ainda em Ovahe, existe uma espécie de caverna a uns três metros acima da parte de areia. É pequena, mas de lá é possível tirar ótimas fotos da praia.

Deixando Ovahe, o destino invariavelmente é Anakena e a cerveja é a inesquecível Hikano.

Se você ainda tem fôlego, largue o carro o mais próximo de Tere Vaka e suba esse vulcão. Lá de cima, o ponto mais alto da ilha, é um dos únicos lugares no planeta onde é possível ver em 360º o horizonte. E o mais interessante é que você vai entender o conceito de ilha: "espaço de terra cercado por todos os lados".
Antes de voltar ao hostel, despeça-se do seu último por do sol no ahu Tahai.

À noite, junte a turma no terraço do hostel e aproveitem para tomar um geladíssimo pisco sour, especialidade do Chile que lembra bastante a caipirinha brasileira.

A programação da madrugada é ir de carro ao topo do Rano Kau para ver o céu com seus diversos tons de azul e lilás. As estrelas parecem mais brilhosas!

Porém, antes de ir ao vulcão, a parada é o metro quadrado mais badalado de Rapa Nui: o Pikano Restobar Rapa Nui!

É nesse lugar com ambiente super amistoso que se encontram todas as quartas-feiras nativos e turistas de várias partes do mundo.

O lugar é pitoresco! Primeiro porque você não acredita que no meio do nada vá encontrar alguma badalação, pois fica na estrada para Anakena, fora de Hanga Roa. E ao entrar no lugar você vai ver uma concentração de pessoas até então não vista em Páscoa, uma banda tocando música ao vivo, um telão exibindo clipes dos festivais Rapa Nui... O clima é muito bom!

Quinto Dia

O quinto dia é perfeito para comprar artesanatos e visitar a igreja de Hanga Roa, onde são realizadas missas em castelhano e Rapa Nui todos os domingos às 9 horas da manhã.
Malas prontas! É hora de se despedir desse pedacinho de coisa boa no meio do nada.
O hostel tem serviço de transfer até o aeroporto.

No bar do aeroporto, caso você ainda não tenha tomado e seja época de produção, é possível saborear uma Mahina, cerveja exclusiva produzida na ilha pelo Mike Rapu, enquanto espera o vôo.

Dicas Extras

Os preços em Páscoa são mais caros que no continente, principalmente para hospedagem e alimentação.

Todo ano, em fevereiro, é realizado o festival cultural Tapati, voltado a música e dança, mas que recria alguns esportes ancestrais e avalia as diversas competências dos nativos.

Iorana é o cumprimento que se fala ao encontrar alguma pessoa.

O que levar (caso aplicável): lanterna, suporte de lanterna para bicicleta, capa de gel para selim.

Faça uma boa viagem!

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quarta-feira, 20 de março de 2013

Dicas de Viagem: Johannesburg

A viagem foi feita nos dias 16 e 17 de outubro de 2012, durante a primavera no hemisfério sul.

Sobre o Destino

Esse post é para aqueles que fazem conexão em Johannesburg e não têm idéia do que fazer. Mas pode servir também para aqueles que estão indo lá e querem um norte das atrações da cidade.

O tempo mínimo necessário para fazer esse roteiro é de 6 horas. Portanto serve para aqueles que tem uma conexão mínima de 8 horas, já que é necessário estar no aeroporto, para todo o processo de embarque internacional, 2 horas antes do vôo.
Fonte: Google Maps

Visto

Brasileiros não precisam de visto de turismo para visitar por até 3 meses a África do Sul. Se você não é brasileiro, verifique a necessidade de visto através dessa lista.

Ao desembarcar do vôo oriundo do Brasil, ao invés de seguir as placas da International Connection, siga o fluxo das pessoas que estão desembarcando na África. Caso você esteja fazendo uma escala não se preocupe com sua mala, ela vai seguir para o destino final e você não precisa pegar ela ainda.

O oficial vai fazer algumas perguntas e uma delas é sobre quanto tempo você pretende ficar no país. Você deve informar que apenas algumas horas, pois está num vôo de conexão. Daí você vai levar um carimbo de trânsito no passaporte.

Como Chegar

O vôo foi comprado pela Kiwi e operado pela South African Airways, saindo do Brasil no dia 16 de outubro e chegando na África no dia 17 de outubro, no O. R. Tambo International Airport, em Johannesburg.

Faça rapidamente sua pesquisa e reserva de voos por aqui:


Onde Ficar

Ao redor do aeroporto existem vários hotéis com shuttle gratuito e com valores em torno de 100,00USD no Booking.

Booking.com

Primeiro Dia

Saindo da imigração e passando pelo baggage claim, siga até o pátio principal do aeroporto. Lá você vai encontrar do lado direito um balcão de Tourist Information, com vários funcionários com um broche com a bandeira da África do Sul e seus respectivos nomes. Esses são guias credenciados do aeroporto e são confiáveis. A recomendação é que você não pegue guias soltos pelo aeroporto, por questão de segurança.

No guichê do aeroporto, eles vão sugerir um passeio com vários pontos, parando em cada um deles. Além dessa opção proposta por eles, você pode adaptar incluindo lugares que você gostaria de visitar.

Estar na África e não ter contato com seus animais selvagens é um sacrilégio.
Fatalmente você vai escutar ou vai ver no próprio aeroporto uma referência aos Big Five, que são os animais africanos mais difíceis de serem caçados pelo homem: o leão, o búfalo, o elefante, o leopardo e o rinoceronte. Então um dos lugares que deve ser visitado estando em Johannesburg é o Lion Park.
Peça para incluir no pacote uma visita a esse parque.

Ah, e pechinche! Eles vão cobrar um preço exorbitante. Daí vá chorando até chegar num preço razoável. Cem dólares parece ser um preço justo pelo tempo do passeio e pelo tanto que se roda a cidade.

Uma outra opção de passeio é o Jatoba Tours, essa operadora de propriedade de um brasileiro não tem guichê no aeroporto, portanto, é necessário deixar o passeio agendado já aqui do Brasil.

A moeda sul-africana é o Rand, que equivale a aproximadamente R$ 0,25. Ou seja, R$ 1,00 é aproximadamente 4 Rand (ou Randes, mas na cédula tem escrito One Hundred Rand).

Há uma história interessante por trás do nome Rand, que vem de Witwatersrand, abreviação de White-waters-ridge, que significa Montanha das Águas Brancas e está relacionado a uma montanha na cidade de Johannesburg onde era a maior reserva de ouro da África do Sul.
Fechando o roteiro e o valor, o motorista vai levar você ao carro e iniciar a jornada. Durante o trajeto, aproveite para conversar com ele sobre o apartheid (antes de perguntar se ele se sente à vontade para falar, é claro!) e entenda de perto como eram as relações entre raças na África do Sul na época desse regime.
Uma coisa notável no país é a influência de Nelson Rolihlahla Mandela por todas as partes. Em qualquer lugar que você for, será notável alguma referência ao líder.

O passeio inicia na casa atual de Nelson Mandela. A casa fica num bairro muito tranquilo e cheio de casarões, com ruas pouco movimentadas. O motorista vai sugerir não descer do carro, pois caso você seja pego andando pelas ruas ao redor da casa fatalmente a segurança irar abordar para saber do que se trata.
Na sequência e bem próximo à casa de Mandela, no bairro de Houghton, está o Nelson Mandela Centre of Memory, núcleo da Nelson Mandela Foudation, e tem como foco três grandes áreas de trabalho: a vida e o tempo de Nelson Mandela, diálogo para a justiça social e o dia internacional de Nelson Mandela.
Após esses dois lugares, o motorista leva você ao Nelson Mandela Square, um complexo com lojas, restaurantes e cafés que circundam uma praça no estilo europeu.

O centro de compras é imenso e com excelentes lojas.
Aproveite e sente em um dos restaurantes para tomar um café e observar o movimento dos locais e a dinâmica das águas da fonte, no centro da praça.
A praça é belíssima e em frente à fonte está localizada uma estátua em bronze de Nelson Mandela, com 6 metros de altura.
Após a pausa para descanso, um longo caminho vai levar você ao destino mais esperado do dia: o Lion Park. Já na chegada você percebe que se trata de um terreno gigantesco e, se tiver sorte, já vai dar de cara com algum animal solto no estacionamento, como uma girafa.
Siga até o guichê de atendimento e compre seu ingresso. Como o carro do próprio guia será usado para o passeio, você termina economizando 75 rands.

A decoração da parte humanizada do parque é toda em função de leões.

O passeio começa por uma vasta área de pastagem onde se pode observar gnus de rabo branco, girafas, zebras e antílopes como órix, cabra-de-leque e blesbok. Todos livres.
Após o passeio em área aberta com essa miscelânea de animais, começa o passeio nas áreas cercadas, com quatro raças de leões (incluindo os raríssimos leões brancos), cães selvagens, chitas, chacais e hienas. As distintas raças de leões são protegidas entre si para evitar confrontos.
Uma área muito popular no parque é a de bebês-leões. São inúmeros e ficam brincando o tempo inteiro. É possível entrar no cercado deles, com a presença de um instrutor, e até fazer carícias neles. Se o parque estiver lotado, o tempo de permanência é de 90 segundos. Portanto, aproveite para usufruir essa oportunidade ao máximo.

Curiosamente, para fazer carícias nesses felinos fofíssimos, é preciso ter uma pegada forte, caso contrário eles vão estranhar e eventualmente afastar você de perto do modo que mais convém a eles. E não é algo nada agradável! O editor do blog levou uma leve mordida no pé esquerdo de um desses animaizinhos.
É possível ainda ver avestruzes e girafas, além do curioso suricata, que ficou popular através do personagem Timão do filme Rei Leão da Disney.
Perca o tempo que quiser nesse passeio. Sem dúvida é o mais agradável de todos!

Terminado o contato com os animais africanos é hora de ir ao Soweto.
No caminho você vai encontrar extintas minas ao ar livre. Um cenário bem diferente. Eram minas que no passado foram bastante exploradas e que hoje não resta nada. A cidade era conhecida por ter jazidas de ouro imensas.
Johannesburg passou rapidamente de savana para a mais importante cidade do país, graças à descoberta dessas minas de ouro.

A cidade também é conhecida como uma das cidades mais verdes do mundo.

Ainda no caminho para o Soweto você vai passar pelo Orlando Stadium, que foi palco da abertura da Copa do Mundo da África do Sul e onde Shakira cantou e dançou o Waka-Waka.
Chegando no bairro, que tem seu nome originado de South West Township, a impressão que se tem é que realmente você está no subúrbio. Casas simples, com um certo padrão de arquitetura, juntas, sem garagem e amontoadas.

A primeira parada é no Memorial do Hector Pieterson, que morreu aos 13 anos de idade numa investida policial e que ficou conhecida como o Massacre de Soweto.
Além da foto do garoto ensanguentado nos braços de um desconhecido ao lado da sua irmã, que virou um dos símbolos na luta contra o Apartheid, também estão frases de luta pela liberdade e democracia e um marco com quatro faces. Em cada uma dessas faces há uma tábua de pedra com um discurso pela liberdade em várias línguas/dialetos africanos.
A parada seguinte é na Mandela House. Para entrar você precisa comprar um ticket e, mesmo estando sozinho, uma guia muito simpática vai conduzir você durante todo o passeio.

Impressionante como o povo africano é cortês. Povo educado e de sorriso fácil.
O passeio começa pelo lado de fora, onde a guia explica que Mandela sempre jogava o umbigo de seus filhos recém-nascidos na árvore em frente à sua casa.
Outras histórias que se prolongam são as dos seus casamentos e a do dia em que a polícia atirou contra sua casa.
Como último destino fica o Soccer City, palco da final da Copa de 2010. Se você não demorou muito tempo no Lion Park vai ter tempo de sobra para fazer uma visita ao estádio.

Não esqueça de agendar o passeio previamente antes de sair do Brasil. Os tickets podem ser comprados na hora.
Por fim, já na volta para o aeroporto, você passará pelo centro da cidade, que tem uma arquitetura incrível. Os prédios da BHP, maior mineradora do mundo, são muito bonitos.
Dependendo do seu tempo, peça ao guia para parar em algum pequeno shopping para comprar alguns souvenirs.

Chegando ao aeroporto e estando com fome, existe uma padaria fantástica chamada Fournos Bakery, com várias opções de pães e salgados. Uma excelente opção para quem quer economizar, já que a viagem ainda está começando.

O guia South Africa Venues contém várias opções de passeio pela cidade.

E se você está procurando diversão, acesse o Johannesburg Live, guia de agito da cidade.

E por fim, não deixe de comprar os deliciosos e premiados vinhos sul-africanos. Se não tem nada em mente arrisque um Mont du Toit que pode ser comprado no duty free shop. Garantia de êxtase ao provar!

Uma boa viagem!

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